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17/01/2012

Cataratas Iguaçu - Argentina

Para visitarmos as cataratas, podemos fazê-lo em dois países, Argentina e Brasil. Para o lado Argentino, sugerem dois dias, enquanto do lado brasileiro apenas duas horas. Perguntei no hostel qual o seu favorito, após várias tentativas de me explicar que não tem, a melhor maneira que o rapaz me respondeu foi: "imagina que estás na torre Eiffel, agora tens de escolher apenas um lado para olhar, decisão difícil não achas?"

E assim, às 8h da manhã saí para me aventurar no lado Argentino, vou tentar encurtar para apenas um dia. O valor da entrada e do hostel, não me permitem fazê-lo em dois dias, o Brasil é muito caro e estou a pagar o valor mais alto que alguma vez dei por um alojamento, 40 reais, num dormitório mt partilhado. Ainda tive uma vantagem porque na saída do Brasil para a Argentina, ganhamos uma hora, alteração do fuso horário, portanto tinha 7 horas pela frente.

Sempre que visito um lugar muito conhecido e criticado, as expectativas sobem, as Cataratas estão classificadas como uma das 7 maravilhas da natureza, além de muitos dizerem mesmo que são o mais bonito que a natureza nos forneceu. Tento não pensar muito nisso, ao vivo tudo é diferente. Por exemplo a magnitude da nossa imaginação face à actual estatura da estátua da liberdade, desilusão....

Existem vários percursos do lado argentino, muito bem assinalados. Existem mapas, com distâncias, tempos expectáveis e locais que iremos visualizar, mesmo assim diversos placares partilham essa informação.

Placar informativo com os diversos percursos

Existem duas alternativas quando iniciamos, um trilho ou aguardar pelo comboio que nos leva ao centro dos diversos percursos, assim como à principal atracção a catarata do diabo. Pensei que para conseguir alcançar tudo nesse dia, tinha de ir no sentido contrário ao trânsito e evitei a catarata do diabo pela manhã.

Deixei o comboio de parte e aproveitei para respirar verde e natureza, num pequeno atalho, onde pela primeira vez vi os famosos coatis. Muita informação nos é prestada, como não alimentar ou tocar, porque poderão morder, mas como qualquer lugar de imensos turistas, alguns ignoram as instrucções....


E finalmente chegou o momento, a minha ideia era bem diferente, não imaginava a extensão de água e a sua magnitude, o som, a força.....a beleza e o facto de termos mais de 180º graus para alcançar....ao mesmo tempo a calma e a tranquilidade, quando nos conseguimos abstrair dos imensos turistas e simplesmente fixarmo-nos na água e nos seus percursos.....


Eu costumo definir-me como uma rapariga simples e independentemente da quantidade ou tamanho, adorei esta pequena catarata, no meio de um trilho, mais calmo, onde pude colocar a câmara e fotografar calmamente o meu primeiro arco-íris da tarde...


Depois uma pequena pausa para o almoço. Uma sanduiche e um pacote de batatas fritas, que nunca mais me irei esquecer, porque dificilmente encontrarei uma melhor vista para acompanhar a refeição :D


Agora era o momento para a aventura aquática. Entrar numa das embarcações que chegam bem junto das cataratas, aliás nos colocam para tomar um pequeno banho na sua água.


Enquanto aguardava na fila, ou melhor a única pessoa que aguardava a embarcação, o que me levou a suspeitar um pouco, mas estava tanto calor que a pausa me estava a saber muito bem. Estavam 4 rapazes com o uniforme do parque, também eles descansavam à sombra, do calor fustigante dos mais de 40ºC que o sol nos presenteava. Nesse momento pela primeira vez partilharam comigo um tereré. Tinha estranhado a quantidade de pessoas com termos e com estes copitos com umas ervas estranhas, mas ainda não tinha percebido o que era, já no Paraguai tinha reparado nas pessoas com este ritual, aqui pelo parque quase todos o compartiam.
Estava muito discontraída, tirei do bolso o ingresso e só aí me indicaram que estava na fila incorrecta. Estive cerca de 20 min no local errado, mas como este momento se tornou especial porque bebi e compartilhei o meu primeiro tereré:D


Quando cheguei ao lugar correcto uma enorme fila me aguardava, consegui o último lugar disponível, bem atrás de um bebezinho, tão pequeno, que temi por ele...os pais nem por isso, com a maior descontracção levavam os seus filhos a mergulhar nas cataratas. As crianças pareciam mais divertidas e menos receosas que todos os restantes. Não chegamos a mergulhar, apenas a proximidade faz com que todas as gotas que ressaltam da velocidade da queda nos molhem e nos divirtam como os carroseís numa feira de verão...


Para o fim a maior, a chamada garganta do diabo. Começamos numa passadeira de 1 km, a água muito calma, como um espelho, e que em nada antevém a brutalidade das águas tão próximo. Mesmo por cima, o homem construiu uma passadeira e aí sentimos na primeira pessoa a natureza em contraste com a selva humana, várias pessoas se acovelam para obter o melhor lugar, a melhor foto, aquela que por mais que tentemos nunca conseguiremos, porque mesmo o video tem limitação maior que a nossa vista, o som não pode ser reproduzido e o sentimento, bem o sentimento só mesmo no momento...

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