Ouro Preto

Para uma portuguesa aventurar-se até Ouro Preto é cair na “boca do lobo”, na história do ouro, a principal crítica brasileira aos tugas, principalmente quando a minha primeira visita foi justamente a uma antiga mina de Ouro. No final, ainda sem ter mostrado o meu sotaque, indiquei que estava triste por não ter encontrado uma pepita, coloquei-me mesmo em jeito: “Depois de todo o que já levaram? Ainda quer mais?”… Ops, é verdade é como ir a Marrocos e não nos oferecerem camelos em troca de uma rapariga ou por nós mesmos, como me aconteceu…. na brincadeira, claro!!!

Ouro Preto é também o centro da inconfidência mineira, onde à semelhança da independência de alguns estados americanos, aqui se tentou,a indepedência do estado de minas. Foram descobertos e forçados a fugir os principais intelectuais, radicados para as colónias portuguesas em África.

Esta cidade, casa também de um grande artista, António Francisco Lisboa, ou o aleijadinho, as suas esculturas deixaram marcos importantes, como a igreja de São Francisco de Assis, uma das 7 maravilhas de origem portuguesa no mundo. Não é permitido fotografar, ainda assim registei uma escultura muito bela, não fotografando a magistral pintura de Ataíde, “onde anjos glorificam a virgem Maria, com seu semblante mulato” :D

À sua porta um mercado, onde se brincam com as pedras de forma simples e que parece fácil, verdadeiras obras de arte. Primeiro pintam a pedra, depois com o martelo, retiram o excesso e realçam as cores, com o contraste da camada inferior, martelada e à vista…

Este é um local de ruas em pedra, muitas igrejas, inclinações acentuadas e casas de cores alegres , que tornam a cidade muito agradável à vista e difícil nas pernas….

Mais recente em contraste com as ruas, arquitectura e história, descobri o mundo universitário, onde uma universidade federal é responsável pela excelente vida académica, onde os Rockis, vem de Rock, a palavra para festa junta todos os universitários e numa das muitas residências morava o meu excelente host de Couchsurfing… Muita cerveja, churrasco e conversas, onde aproveitei para mostrar alguma música portuguesa, que não compreenderam a letra, como tive de repetir por 3 vezes a frase: “Não me estás a compreender, pois não?” E o meu novo amigo continuava a dizer:”oi?” :D